NOTÍCIAS
Casal lésbico é ameaçado por escola católica
Em província sul-africana, pastor diz que ambas devem se separar
por Caio Delcolli
Na África do Sul, um casal lésbico foi ameaçado. A escola católica onde o filho de Kally, 26, e Samantha Mabe, 27, disse que ambas devem abandonar o “estilo de vida” delas ou a criança seria expulsa da instituição.
As mães já tinham comunicado a escola Secunda Highveld Christian, na província de Mpumalanga, que ambas são mães do menino. “A diretora disse que eles são cristãos e não estão em posição de nos julgar”, disse Kally ao jornal The Star.
Todavia, depois que o filho das duas disse ao professor(a) que tem duas mães, elas foram chamadas pela diretora, que negou ter sido comunicada sobre o casamento das duas mulheres, mesmo com o nome de ambas no formulário de matrícula do filho.
“A diretora disse que não conseguia se lembrar de nós dizendo a ela que somos casadas, e porque eles não conseguem diferenciar nomes negros, ficaram sob a impressão de eu estava casada com um homem”, diz Kally.
O pastor da escola disse às duas que o filho delas nunca seria aceito na escola por ser filho de um casal de lésbicas. Foi quando ele disse que para a criança permanecer ali, elas deveriam abandonar seu “estilo de vida”, porque ele estava “preocupado” com a possibilidade de o menino ser alvo de provocações e ser isolado. O pastor também ameaçou processá-las caso não fizesse o que foi pedido. O casal Mabes diz que vai defender a si e outros casais gays que passarem por situação semelhante com a escola. A Secunda Highveld Christian decidiu não conversar com a imprensa.
“Nós matriculamos nosso filho em uma escola cristã porque eles deveriam ensinar amor, aceitação e perdão, assim como Deus nos ensinou”, contou Samantha ao The Star. “Mas a escola ensina hipocrisia e que somente algumas pessoas merecem ser tratadas de forma cristã e outras não.”
O porta-voz do Departamento de Educação de Mpumalanga disse que encaram seriamente questões como essa, e que embora a escola seja independente, eles descobrirão o que aconteceu e se certificarão de que haja punição para quem agiu fora da lei.
Na África do Sul, socialmente, a homofobia é muito comum embora os direitos da comunidade LGBT estejam em progresso (lá, o casamento o gay já foi aprovado).
Clique aqui e conheça o caso do acampamento que “transformava” rapazes gays em “homens”.
Ainda neste mês de abril, foi o aniversário de dois anos da morte de Noxolo Nogwaza, uma jovem lésbica sul-africana que foi estuprada e assassinada.
Informações: portal Pink News.
Imagens: Reprodução My Broad Band/Information Nigeria.