CONTO ERÓTICO
Gostando da fruta
por Gabriela Maria
Fui a uma balada num prostíbulo no centro da cidade com o intuito de pegar um cara que estava saindo com certa frequência nos últimos meses. Estava me apaixonando por ele, mesmo sabendo que sua vida se resumia a curtição sem compromisso.
Assim que cheguei ao local, me deparei com uma fila enorme para entrar. Eu e minha amiga, que me acompanhava em todas as baladas que ia, resolvemos esperar esvaziar um pouco e ficamos numa padaria ao lado da casa. Avistei o cara de longe e ele logo me ligou para nos encontramos. Nos encontramos e entramos juntos.
Assim que entramos nos deparamos com três pistas, uma que tocava house, outra todos os tipo de música e uma salinha escura reservada apenas aos casais. Fomos para a pista onde tocava house e durante a maior parte do tempo em que fiquei na festa, ele permaneceu ao meu lado.
Depois de alguns copos de vodka e cerveja, acabei me perdendo da minha amiga e fui para o local que determinamos na entrada para nos encontrar em caso de desencontros. Resultado: Fiquei sozinha. Cansada de esperar por ela e de procurar pelo menino, resolvi curtir sozinha.
Fui para o meio da pista de dança e o DJ aproveitou o momento em que a maioria das pessoas estavam animadas e colocou um funk para tocar. As meninas ficaram eufóricas e os meninos foram ao delírio.
Enquanto eu e muitas colegas íamos até o chão ao som do Mr. Catra, alguns assanhadinhos vinham de mansinho para tentar nos encochar. Empurrei para longe todos os que se atreviam a chegar perto de mim. Foi quando uma morena quase do meu tamanho se aproximou de mim e perguntou se poderia dançar comigo e eu respondi positivamente.
Dançamos várias músicas juntas e quase no fim do “show” ela perguntou se poderia me dar um beijo. Estava um pouco alterada, assumo, mas estava consciente e quis passar por aquela experiência tão diferente na minha vida.
Era a primeira vez que beijava uma mulher na minha vida e eu gostei. Ficamos nos pegando no centro da pista e quando demos uma pausa todos da balada nos olhava. Fomos então para o quartinho reservado para os casais. Quando entramos quase não enxergávamos e tínhamos que apalpar tudo e todos para conseguir um cantinho só nosso.
Chegamos a uma caixa grande em um dos cantos da parede resolvemos ficar ali. O silêncio reinava entre nós, até que ela tomou a iniciativa de perguntar meu nome, onde trabalhava, quantos anos eu tinha. Essas perguntas básicas numa conversa entre pessoas que acabaram de se conhecer.
Com o término das perguntas e respostas, ela foi logo me dando outro beijo com aquela pegada que não consigo encontrar palavras ao certo para descrever. As horas se passaram como se fossem minutos e o tempo que ficamos naquele quarto escuro foram as melhores horas de prazer da minha vida, mesmo ficando apenas nos beijos e passadas de mão.
Hoje, sempre que tenho a oportunidade de voltar àquela balada, volto com intuito e esperança de encontrar com ela de novo.