CONTO ERÓTICO
Só aranhas
por Dr. Fernando Del Vogue
Atire a primeira pedra o homem que nunca sonhou transar com duas mulheres. Tive a oportunidade de realizar esse fetiche há cerca de 20 anos, quando tinha dezoito e estava me mudando de Poços de Caldas, interior de Minas Gerais, para São Paulo. Tinha sido aprovado no curso de odontologia da USP, onde me graduei em 1991.
Conhecia poucas pessoas na capital paulista. Por isso, freqüentava sempre os mesmos lugares: os barzinhos da região do Centro. Certa vez, eu e um colega – se bem me lembro, era o Vítor – pedimos para que sentássemos à mesa de duas gatas.
Uma, a Jussara, era loira. Deslumbrante, tinha cabelos longos e lisos, olhos verdes, corpo perfeito e sarado, tipo garota que não sai da academia. Já a outra, a Mônica, era uma morena de cabelos encaracolados e olhar penetrante, mas já fazia um estilo hippie, com brincos artesanais na orelha e outros adereços no corpo.
Inicialmente, as duas foram simpáticas. Aceitaram nossa companhia e conversamos, até que tentei me aproximar da loira e perguntei, cheio de segundas intenções, se ela não gostaria de dar uma volta comigo. A mulher foi taxativa: “Amigo, da fruta que você gosta, eu chupo até o caroço... Essa aqui é a minha namorada”, contou, apontando para Mônica.
Bastante desapontados, eu e meu amigo tomamos mais uma cerveja com o casal sapata e tratamos de sumir daquele lugar. Fomos a outro bar, onde ficamos por algumas horas até que o Vítor foi embora.
Na volta, a pé, passei na frente do lugar onde conhecemos as duas lésbicas. Elas ainda estavam lá, sentadas na mesma mesa, mas agora completamente bêbadas. Jussara me reconheceu, apontando para mim e fazendo com que a Mônica se lembrasse. Recordo-me perfeitamente do gesto da morena me chamando para a mesa. Não podia recusar. Aproximei-me e percebi que as intenções do casal feminino eram muito boas para mim. A gata hippie foi logo explicando o que se passava nas perversas mentes das meninotas.
“O negócio é o seguinte, cara. Eu amo a minha namorada, mas temos sentido vontade de experimentar um pinto! Nosso vibrador quebrou. Quer entrar nessa conosco?”, perguntou a morena, olhando bem dentro dos meus olhos.
Surpreso com a pergunta, mas animado e excitado com a possibilidade de transar com as duas garotas, aceitei a proposta de imediato. As meninas pagaram a conta e foram embora, falando para que eu as seguisse. Meio sem jeito, fui andando atrás do casal até um apartamento na Rua Rego Freitas.
Subimos em um elevador caindo aos pedaços até o 12º andar. Eu encostado em um canto, completamente louco de tesão, as duas se beijando e se acariciando – o desejo transpirava pela tampa daquele cubículo, aumentando ainda mais a temperatura do local.
O apartamento em que as duas moravam era um lugar normal, pequeno, decorado como uma casa de duas meninas, com pôsteres nas paredes, ursinhos de pelúcia nas prateleiras, perfumes, maquiagens.
Passamos pela sala e fomos até o quarto de Mônica e Jussara. As duas pareciam nem notar a minha presença. Eu realmente me senti um objeto naquele momento, mas, se era para ser usado por aquelas duas gatas, que fosse feita a vontade delas.
Mônica entrou no quarto e foi logo abrindo a terceira gaveta de um armário em frente à cama. Não entendia nada do que estava acontecendo, mas passei a compreender menos ainda quando, na mão da morena, apareceu um vibrador. Perguntei se ele não estava quebrado. Para meu espanto, as duas começaram a rir e disseram que jamais trocariam o brinquedinho delas por um pinto de verdade.
Afirmaram que eu estava lá só para olhar, que isso as excitava, mas não iam permitir a minha participação na transa. Tentei esbravejar, mas Jussara foi direta, dizendo que era topar ou ir embora.
Nem pensei direito, aceitei o combinado, já que, em 18 anos de vida, nunca tinha presenciado o amor de duas garotas – algo que todo homem deve analisar um dia. Um sexo de aranhas é muito mais bonito do que um com a cobra.
Jussara e Mônica se beijaram intensamente por quase meia hora, as duas de roupa, até que uma foi ajudando a outra a se despir. Em pouco tempo, estavam nuas na minha frente. Meu pau explodia de tesão. Arranquei-o para fora da calça e passei a me masturbar lentamente, sentindo todo o clima de romance daquele quarto.
A morena logo tomou a iniciativa da transa e começou a chupar a rachinha de Jussara, que, deitada na cama, urrava de prazer. Mesmo à distância, pude perceber todos os pêlos do corpo da gata se arrepiarem. A loira resolveu retribuir a gentileza, e as duas me apresentaram um belo 69: por baixo, a sarada gata de academia; por cima, a sensual hippie.
Depois de um bom tempo nessa posição, alguns gemidos, umas risadas e uns dois ou três palavrões, Jussara agarrou o vibrador e penetrou forte em Mônica, fazendo a morena rebolar em sua mão. A moça revelou ter muita habilidade com um cacete, mesmo que não fosse de verdade – uma pena essas gatas não serem heterossexuais.
Enquanto uma comia a outra com o brinquedinho delas, eu me divertia com a minha espada de carne e o osso, exercitando o mais natural dos prazeres que um homem pode ter. Olhava tudo de perto e babava a cada segundo que passava ao lado daquele casal de sapatas.
As duas largaram o vibrador e demonstraram estar satisfeitas, olhando para mim como se eu tivesse só mais alguns minutos para gozar – ou seria colocado no olho da rua. Apressei a bronha e entrei em erupção, jorrando porra até bem perto da cama onde elas estavam. “E agora? Quem vai limpar isso?”, perguntou Mônica.
A frase foi extremamente brochante para mim. Subi minhas calças, me despedi das duas, agradeci pelo showzinho particular e fui embora, feliz da vida. Não foi daquela vez que transei com duas mulheres ao mesmo tempo – mas, pelo menos, foi um ótimo começo.